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Quando o 'não posso' vem antes do 'vou tentar': resgatando sua autoconfiança

  • Giovanna Riça
  • 12 de mai.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 13 de mai.




Quando o 'não posso' vem antes do 'vou tentar': resgatando sua autoconfiança

Quantas vezes você deixou de tentar alguma coisa por já ter certeza de que não conseguiria?


Talvez uma apresentação no trabalho, um projeto pessoal, uma conversa difícil, ou mesmo aprender algo novo. O “não posso” veio antes do “vou tentar”. E, muitas vezes, ele apareceu antes mesmo da realidade ter tido a chance de mostrar o contrário.


Esse “não posso” costuma parecer uma verdade interna, como se fosse uma falta de capacidade natural ou uma fragilidade pessoal. Mas será que é isso mesmo? Ou será que, em algum ponto da nossa história, fomos impedidos de experimentar o suficiente para desenvolver a sensação de que conseguimos?


🌱 Autoconfiança não nasce com a gente. Ela se constrói.

Segundo o psicólogo Hélio Guilhardi, o sentimento de autoconfiança se desenvolve quando temos a oportunidade de agir no mundo e perceber resultados positivos por isso — seja alcançar algo (como fazer algo funcionar, atingir uma meta), seja aliviar um desconforto (como resolver um problema ou evitar uma dificuldade).


Mas, para isso acontecer, é preciso agir. É preciso tentar.


E aí está o ponto delicado: em muitos contextos, desde a infância, não nos é dado o espaço para tentar.


Talvez você tenha crescido ouvindo:


“Deixa que eu faço pra você.”


“Você vai se machucar.”


“Isso é difícil demais pra você.”


“Você é muito desorganizado, deixa que eu arrumo.”


Essas falas podem parecer, à primeira vista, formas de cuidado. E, em certa medida, são. Mas quando se tornam regra, impedem que a criança explore o mundo, erre, aprenda, e se veja como alguém capaz.


Quando não há espaço para agir e perceber os resultados das próprias escolhas, o sentimento que se forma é o da incapacidade — não por falta de habilidade, mas por falta de oportunidade.


🧠 E na vida adulta?

Crescer sem essas experiências pode deixar marcas duradouras. A pessoa se acostuma a depender dos outros para tomar decisões, sente ansiedade ao enfrentar tarefas novas, ou precisa de constante validação para seguir em frente. Às vezes, nem tenta. E, quando tenta, o faz com medo — medo de errar, de decepcionar, de ser julgada.


Mas vale refletir: será que você realmente não pode, ou apenas nunca foi convidado a descobrir se podia?


Autoconfiança não é arrogância. Também não é otimismo vazio. É, na verdade, a lembrança viva de que, em algum momento, você fez algo difícil — e conseguiu.


Ela se constrói aos poucos, quando conseguimos, com ou sem ajuda, lidar com desafios e perceber que fizemos parte do que deu certo.


🧩 E o que o ambiente tem a ver com isso? Tudo.

Ambientes que encorajam a tentativa, que valorizam o esforço antes mesmo do resultado, que oferecem suporte sem tomar o lugar da pessoa, são ambientes que nutrem a autoconfiança.


E isso vale tanto para a infância quanto para nossos vínculos na vida adulta: amizades, relações amorosas, ambientes de trabalho.


É muito mais fácil acreditar em si quando há alguém ao lado dizendo: "Vai lá, eu tô aqui se você precisar.”

Do que quando ouvimos: "Se for pra errar, nem começa."


Por isso, vale perguntar:


Hoje, quais são os espaços em que você sente liberdade para tentar?


Quem são as pessoas que reforçam sua coragem, e não apenas seus acertos?


Você tem se permitido experimentar, mesmo que com medo?


E mais: você tem sido esse tipo de presença para os outros?


🔄 Recuperar a autoconfiança é, antes de tudo, uma experiência.

Não se trata apenas de repetir frases prontas na frente do espelho, mas de viver situações em que você tenta — e, ao menos às vezes, consegue. Às vezes com ajuda. Às vezes em doses pequenas. Mas sempre com a chance real de experimentar o mundo, e a si mesmo, de um jeito novo.


Autoconfiança é uma força que cresce de dentro para fora, mas que começa de fora para dentro: nas experiências que tivemos (ou deixamos de ter) e no modo como fomos incentivados a agir.


Hoje, a pergunta não é "por que você não consegue?", mas:

"O que precisa mudar ao seu redor para que você se permita tentar?"


E se for difícil começar sozinho, tudo bem. Às vezes, contar com a ajuda de um profissional pode ser o primeiro passo para construir esse caminho com mais segurança e apoio.


Este texto foi inspirado nas ideias do psicólogo Hélio Guilhardi sobre como a autoconfiança se constroi a partir da experiência. Para saber mais, vale conhecer o artigo “Autoconfiança: condição e consequência do comportamento operante”, disponível no site do Instituto de Análise do Comportamento (IBAC).


Referências Bibliográficas

GUILHARDI, Hélio José. Autoconfiança: condição e consequência do comportamento operante. Campinas: Instituto de Análise do Comportamento (IBAC), 2011. Disponível em: https://www.ibac.com.br/artigos. Acesso em: [data de acesso]


 
 
 

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